terça-feira, 23 de agosto de 2016

E as Olimpíadas acabaram...





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Aqui no Brasil nós aprendemos desde cedo a cair e levantar. A cada queda, as lágrimas rolam e nós aprendemos a secá-las e seguir em frente. Nós simplesmente sorrimos mesmo com o coração repleto de tristezas e nos comovemos com um gatinho miando abandonado ou uma criança ferida na guerra. Nesses meus 30 e alguns anos de estrada posso dizer que já vi muita coisa. Sempre sonhei em ser jornalista e minha brincadeira de criança era ser âncora do Jornal Hoje. Eu não queria trabalhar no Jornal Nacional por que sempre quis dedicar as noites aos meus futuros filhos (uma premonição da minha vida atual, rs). Eu sempre assisti muito jornal. E me acostumei a ler a Folha e o Estadão além dos jornais da minha cidade. Informação sempre me mobilizou. E o que isso tem a ver com as Olimpíadas? Tem que ali, quando eu era aquela menininha sonhadora, eu de alguma forma “SABIA” (não sei explicar direito) que esse tempo chegaria. No meu Jornalzinho eu sempre dava as notícias de modo descontraído, meio que “conversando” com os telespectadores. Hoje nessas transmissões você e eu não simplesmente ASSISTIMOS as Olimpíadas do Rio. Nós vivemos, nós participamos, nós discutimos e opinamos, e misturamos todas as emoções e impressões num liquidificador de pensamentos e INFORMAÇÕES. 
Resultado de imagemForam as Olimpíadas da tecnologia da informação. Em tempo real, nós víamos e comentávamos com amigos e familiares espalhados pelo planeta como se pegasse a sua e a minha criança interior (que nunca devemos deixar morrer) e sentamos lado a lado no mesmo sofá. Viver essas Olimpíadas foi uma experiência ESPIRITUAL. Não bastava somente receber as imagens da tela da tv para os olhos. Tivemos a oportunidade de bater as imagens e as vozes e músicas e devolver via Redes Sociais (twitter e facebook principalmente) as nossas próprias opiniões sobre tudo o que nos era entregue. Nunca antes, nem na Copa isso foi tão intenso. As tretas já começaram desde a chegada da Tocha. Amores e ódios foram despejados no web-caldeirão  e todos expressaram seus pontos de vista. Houve quem dissesse que não queria que as Olimpíadas acontecessem, sugerindo boicotes e até que a chama fosse apagada, que triste pensamento! E houve quem vibrasse e se emocionasse. Aqueles que foram sempre otimistas, sempre positivos e é a esses que eu gostaria de me unir numa corrente de gratidão pelo sucesso que foi. Mesmo que muitos ainda insistam em focar no que deu errado, eu fico com aqueles que focam na beleza, no espetáculo e no esplendor que começou no passeio da tocha, seguiu brilhando na Cerimônia de Abertura e explodiu em luzes, cores e emoção de um Encerramento envolvente e inesquecível.


Ao ver aquela chuva, apagando o fogo da Pira (linda, diga-se de passagem) eu senti um alívio por que não houve atentado terrorista, não foi um fracasso, não teve boicote, não pagamos mico internacional como tantos brasileiros fizeram questão de zicar. Tivemos tantos novos heróis do nosso esporte, jovens e desconhecidos que agora são nossos queridos atletas de ouro. Consagramos nossos times de voley e futebol, apesar de eu ter visto gente acordar no sábado já “decretando” o fracasso da nossa Seleção que estaria enfrentando a Alemanha. O que azedou foi a torcida contra, pois ganhamos o Ouro e foi lindo de ver. Foi de arrepiar.
Mico pagou o nadador americano Ryan Lochte achando que aqui era terra de ninguém. Mico pagou o menino Neymar que xingou a torcida com a faixa de Jesus na cabeça. Mico pagou o Galvão tratando convidados mal e a Glória Maria, trocando as boas geral durante os comentários (Praia de Itapuã virou Praia de Itaipu rsrsrs). Mico pagou a dupla faísca e fumaça Cris Dias e Waack “causando” com suas DRs noturnas. Mico pagou quem não se entregou, não viveu, não torceu, não curtiu e não amou. Isso é que é mico: ter o mundo olhando pra gente e se negar a esse olhar, se fechar, desperdiçar o amor. O Rio, não. O Rio só brilhou, seduziu, encantou, apaixonou e laçou o coração do mundo com charme e simpatia.

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Deu aquele vazio? Deu. Deixou uma sensação de estarmos órfãos? Sim. Queríamos mais noites de viradão, torcendo e sofrendo? Claro. Amamos as novidades como o DESAFIO que tira dúvidas dos pontos ao som da música do Darth Vader (que idéia sensacional!). Amamos a interação, os "chush-olímpicos", as histórias de superação e toda a simbologia que foi pensada nos mínimo detalhes para tocar no coração da gente. E se os antigos diziam que o bom da festa é esperar por ela, as Olimpíadas do Rio criaram uma nova realidade, uma nova linha de pensamento: O bom da festa é relembrar o que vivemos nela. 

E que venham as Paraolimpíadas Rio 2016. Aí você vai ver o que é emoção e superação, brother...


Um comentário:

  1. Amei seu texto, disse tudo que senti e vivi. Que privilégio poder vivenciar tudo isso! Que ORGULHO DE SER BRASILEIRA, mesmo com nossas mazelas, mas país não as tem? Alguns com mazelas muito maiores e tristes que as nossas, outros que devem varrer para debaixo do tapete, para que ninguém saiba! Foi um banho de hospitalidade, alegria e criatividade! Foi um exemplo de convivência com diferenças religiosas, culturais, raciais, etc.

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