Foram as Olimpíadas da tecnologia
da informação. Em tempo real, nós víamos e comentávamos com amigos e familiares
espalhados pelo planeta como se pegasse a sua e a minha criança interior (que
nunca devemos deixar morrer) e sentamos lado a lado no mesmo sofá. Viver essas
Olimpíadas foi uma experiência ESPIRITUAL. Não bastava somente receber as
imagens da tela da tv para os olhos. Tivemos a oportunidade de bater as imagens
e as vozes e músicas e devolver via Redes Sociais (twitter e facebook
principalmente) as nossas próprias opiniões sobre tudo o que nos era entregue.
Nunca antes, nem na Copa isso foi tão intenso. As tretas já começaram desde a
chegada da Tocha. Amores e ódios foram despejados no web-caldeirão e todos expressaram seus pontos de vista.
Houve quem dissesse que não queria que as Olimpíadas acontecessem, sugerindo
boicotes e até que a chama fosse apagada, que triste pensamento! E houve quem
vibrasse e se emocionasse. Aqueles que foram sempre otimistas, sempre positivos
e é a esses que eu gostaria de me unir numa corrente de gratidão pelo sucesso
que foi. Mesmo que muitos ainda insistam em focar no que deu errado, eu fico
com aqueles que focam na beleza, no espetáculo e no esplendor que começou no
passeio da tocha, seguiu brilhando na Cerimônia de Abertura e explodiu em
luzes, cores e emoção de um Encerramento envolvente e inesquecível.
Ao ver aquela chuva, apagando o
fogo da Pira (linda, diga-se de passagem) eu senti um alívio por que não houve
atentado terrorista, não foi um fracasso, não teve boicote, não pagamos mico
internacional como tantos brasileiros fizeram questão de zicar. Tivemos tantos
novos heróis do nosso esporte, jovens e desconhecidos que agora são nossos
queridos atletas de ouro. Consagramos nossos times de voley e futebol, apesar
de eu ter visto gente acordar no sábado já “decretando” o fracasso da nossa
Seleção que estaria enfrentando a Alemanha. O que azedou foi a torcida contra,
pois ganhamos o Ouro e foi lindo de ver. Foi de arrepiar.
Mico pagou o nadador americano
Ryan Lochte achando que aqui era terra de ninguém. Mico pagou o menino Neymar
que xingou a torcida com a faixa de Jesus na cabeça. Mico pagou o Galvão tratando
convidados mal e a Glória Maria, trocando as boas geral durante os comentários
(Praia de Itapuã virou Praia de Itaipu rsrsrs). Mico pagou a dupla faísca e
fumaça Cris Dias e Waack “causando” com suas DRs noturnas. Mico pagou quem não
se entregou, não viveu, não torceu, não curtiu e não amou. Isso é que é mico:
ter o mundo olhando pra gente e se negar a esse olhar, se fechar, desperdiçar o
amor. O Rio, não. O Rio só brilhou, seduziu, encantou, apaixonou e laçou o
coração do mundo com charme e simpatia.
Deu aquele vazio? Deu. Deixou uma
sensação de estarmos órfãos? Sim. Queríamos mais noites de viradão, torcendo e
sofrendo? Claro. Amamos as novidades como o DESAFIO que tira dúvidas dos pontos ao som da música do Darth Vader (que idéia sensacional!). Amamos a interação, os "chush-olímpicos", as histórias de superação e toda a simbologia que foi pensada nos mínimo detalhes para tocar no coração da gente. E se os antigos diziam que o bom da festa é esperar por ela,
as Olimpíadas do Rio criaram uma nova realidade, uma nova linha de pensamento:
O bom da festa é relembrar o que vivemos nela.
E que venham as Paraolimpíadas Rio 2016. Aí você vai ver o que é emoção e superação, brother...