A poesia em mim chove e alaga
A poesia entra pela janela e escorre pelas paredes
A poesia inunda minha casa
A poesia escapa entre os meus dedos
Aqui a poesia entra, senta e toma um café
A poesia corre pela sala e fala alto
Aqui a poesia me desafia dia e noite
Implica comigo, me insulta e esnoba.
Depois a poesia flui gentilmente
Chega perto mansinha, mas atrevida,
Pulsando, vibrando, explodindo
E deita-se, sedutora, numa folha de caderno. Nasce!
Então ela sai correndo, afoita, atrapalhada
Derrubando meus livros por toda a casa
A poesia é uma febre louca que dá e passa, sem explicação;
E me deixa aqui, esperando, sua próxima aparição.