terça-feira, 31 de maio de 2016

Soberba



Eu não vou fazer poemas com régua e compasso, 

Nem usar bússola, trena ou calculadora, 

Eu nunca quis um manual de passo-a-passo 

Posto que minha alma vaga livre e sonhadora. 

Quando eu leio, eu não disseco a poesia, 

Como cadáver sobre a pedra estudado 

A minha arte é cara e fina prataria 

E por meros fingidores não será menosprezada. 

Eu me recuso a pôr espartilhos nos versos 

Pra que o formato agrade a gregos e troianos 

Eu prefiro perambular por becos incertos 

Do que seguir mapa riscado por mestres profanos. 

Minha pena não escreverá uma frase sequer 

Para atender as expectativas alheias 

Eu uso de minha liberdade de mulher 

Para construir fio a fio minhas próprias teias. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário