E eu vivo uma vida sem lei
Eu não sou nada
E tu és da corte dourada.
Eu só tenho a minha sanfona desafinada.
Eu levanto e apago um cigarro
Deixo aquele livro pela metade
Andando sem medo entre os carros.
Na madrugada, a esmo, pela cidade
Eu faço fotos com lentes sem foco.
Eu não sou coisa nenhuma
Eu não estou vestida de noiva
Nem tenho seus dedos no meu corpo
Não tomo banho de espuma.
As flores que puseste em meus cabelos
Secaram, caíram, murcharam...
Chamando seu nome nos telhados
Buscando seu perfume em meus livros
Na memória se passa uma película
De nós dois, à luz de uma vela,
Dançando sem roupa
Na sala.
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